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quinta-feira, abril 17, 2025

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Acre revoluciona tratamento oncológico com tecnologia de ponta, e vira referência em saúde na Amazônia

Hospital do Câncer do Acre reduz tempo de tratamento e atrai pacientes até do Peru com investimento de R$ 10 milhões em radioterapia de alta precisão.

O Hospital do Câncer do Acre – Unacon, gerido pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesacre), tornou-se um símbolo de inovação na Amazônia. Desde 2021, a unidade conta com um acelerador linear de última geração, capaz de irradiar tumores com precisão milimétrica, reduzindo danos a tecidos saudáveis. Combinado ao retorno da braquiterapia (radioterapia interna), o tratamento passou de 25 sessões para apenas cinco aplicações em casos específicos. Em dois anos, 1.500 pacientes foram atendidos, com tempo de espera reduzido de meses para três dias após a triagem.

O aposentado Antônio José Almeida, 70 anos, é um exemplo da transformação. Após 39 sessões na Unacon, ele celebra: “Antes, tínhamos medo do hospital. Hoje, ele é referência. Fui tratado com respeito e eficiência”. A modernização evitou que pacientes como ele viajassem para outros estados, economizando tempo, dinheiro e sofrimento. Desde fevereiro de 2024, a braquiterapia já beneficiou mais de 50 pacientes, com 100 inserções de fontes radiativas controladas, essenciais para câncer de colo de útero.

O acelerador linear opera em uma sala com paredes de 3,40 metros de concreto especial, isolando totalmente a radiação. Antes, o planejamento do tratamento levava dias com blocos físicos; agora, 120 micromotores ajustam proteções em segundos. “A tecnologia permite imagens 3D do tumor e cálculos precisos para atingir apenas a área afetada”, explica o Dr. Melk Hadad, radioncologista da Unacon. A braquiterapia, por sua vez, insere fontes do tamanho de um grão de arroz diretamente no tumor, garantindo eficácia com menos efeitos colaterais.

O Estado investiu R$ 10 milhões em equipamentos e capacitação. Profissionais foram treinados no Rio de Janeiro, em parceria com o Ministério da Saúde, e em centros como o Hospital Albert Einstein. Em 2025, a Unacon ganhará um tomógrafo acoplado ao acelerador, permitindo imagens em tempo real e redução do tratamento para uma semana. O hospital já recebe pacientes do sul do Amazonas, Rondônia, Peru e Bolívia, consolidando o Acre como polo oncológico da Amazônia.

“A tecnologia não apenas salva vidas, mas devolve dignidade”, destaca Pedro Pascoal, secretário de Saúde. Com uma segunda máquina de acelerador linear prevista e infraestrutura expandida, o Acre pretende zerar filas de espera e ampliar o acesso a tratamentos de ponta. “Estamos escrevendo uma nova história para a oncologia na região”, afirma Pascoal. Para pacientes, isso significa menos desgaste e mais esperança – um legado de inovação e cuidado que redefine a saúde pública na Amazônia.

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