Com investimento de R$ 100 mil, governo estadual premiará 20 projetos educacionais que fortalecem identidade e saberes ancestrais indígenas.
O Governo do Amapá deu um passo histórico no combate ao racismo e promoção da equidade com o lançamento do edital “Educação para o Bem Viver”, que destinará R$ 100 mil para projetos culturais indígenas em escolas. Anunciado pelo governador Clécio Luís durante as comemorações dos 80 anos de Oiapoque, o programa visa fortalecer a identidade cultural dos povos originários através do ensino de línguas maternas, práticas sustentáveis e manifestações tradicionais.
A iniciativa, coordenada pela Secretaria dos Povos Indígenas (Sepi) com financiamento da Fundação Marabaixo, selecionará 20 propostas em quatro regiões indígenas do Amapá e Norte do Pará, com premiação de até R$ 5 mil por projeto. Entre as ações incentivadas estão semanas culturais, hortas escolares comunitárias e atividades que integram saberes ancestrais à educação formal, como exemplificado pela pioneira Escola Jorge Iaparrá, referência em valorização cultural.
O edital surge como resposta a demandas históricas das comunidades, conforme destacou a secretária Sonia Jeanjaque: “Muitas escolas precisam de apoio para manter vivas tradições como confecção de cocares, rituais e pinturas corporais”. O governador Clécio Luís reforçou que a medida busca “transformar a cultura indígena em motivo de orgulho”, especialmente para as novas gerações, combatendo a invisibilidade dos povos tradicionais.
Mais que um investimento financeiro, o programa representa um marco na política de reparação histórica ao reconhecer os indígenas como guardiões da biodiversidade e protagonistas na construção de uma educação antirracista. Ao integrar saberes tradicionais ao currículo escolar, o Amapá cria um modelo inovador de ensino que celebra a diversidade como pilar do desenvolvimento social – um exemplo inspirador para outras regiões do Brasil.
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