Programa ProFloresta+ vai restaurar 50 mil hectares na Amazônia e criar 4.500 empregos em iniciativa inédita de créditos de carbono.
A Petrobras e o BNDES assinaram nesta segunda-feira (31/03) um protocolo para o ProFloresta+, programa que vai restaurar até 50 mil hectares de áreas degradadas na Amazônia – equivalente a 50 mil campos de futebol. A iniciativa, inédita no Brasil, prevê a contratação de créditos de carbono gerados por reflorestamento, com potencial para capturar 15 milhões de toneladas de CO₂ (o mesmo que emissões anuais de 8,94 milhões de carros). “É um passo crucial para nossos compromissos climáticos”, afirmou Magda Chambriard, presidente da Petrobras.
Na primeira fase, um edital público vai selecionar projetos para restaurar 15 mil hectares, gerando 5 milhões de créditos de carbono – com compra garantida pela Petrobras em contratos de longo prazo. O BNDES entrará com financiamento via Fundo Clima, oferecendo taxas especiais para desenvolvedores. “Queremos tornar a restauração rentável para empresas e comunidades”, destacou Aloizio Mercadante, presidente do BNDES. A expectativa é movimentar R$ 450 milhões e criar 4.500 empregos diretos.
Pela primeira vez no país, o preço dos créditos e os critérios técnicos serão totalmente públicos, servindo como modelo para o mercado. “Isso traz segurança e integridade ao setor”, explicou Maurício Tolmasquim, diretor da Petrobras. O projeto contou com consultoria do Nature Investment Lab (NIL) e apoio do Instituto Clima e Sociedade (ICS), que ajudou a definir parâmetros socioambientais rigorosos. “É um marco replicável em larga escala”, disse Maria Netto, diretora do ICS.
A iniciativa se concentrará em áreas críticas do Arco do Desmatamento, agora rebatizado como “Arco da Restauração” pelo BNDES. “A crise climática exige ação urgente”, alertou Tereza Campello, diretora do banco. Além do carbono, o programa visa proteger biodiversidade e fortalecer comunidades locais, com espécies nativas e práticas sustentáveis.
Uma consulta ao mercado está aberta até 15/05 para ajustes no edital. Empresas, ONGs e desenvolvedores podem contribuir com sugestões antes do lançamento oficial. “Queremos que este seja só o começo”, resumiu Mercadante. Com transparência e escala, o ProFloresta+ pode se tornar o maior projeto de restauração florestal financiado por créditos de carbono do mundo.
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