Com 97% da floresta intacta, estado busca atrair investimentos verdes e se tornar hub diplomático durante conferência climática.
Em reunião virtual com o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, o governador Clécio Luís (Amapá) traçou planos para transformar o estado – que mantém 97% de sua cobertura florestal preservada – em vitrine global durante a conferência climática em Belém (PA). A proposta inclui:
“Amazônia Internacional”: Mostra binacional com Guiana Francesa
“Amazônia Negra”: Projeto com Suriname e Guiana
Hub logístico: Uso do aeroporto de Macapá para receber delegações internacionais
Enquanto o Amapá lidera em preservação (apenas 3% de área desmatada), enfrenta um dilema: ser o estado mais verde e um dos mais pobres do país. “Precisamos provar que floresta em pé gera renda”, argumentou Clécio, destacando projetos de bioeconomia e turismo sustentável como prioridades. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, alertou: “Se não virarmos exemplo de desenvolvimento verde, seremos símbolo do fracasso”.
O governo amapaense já articula:
Infraestrutura: Ampliação da rede hoteleira em Macapá
Agenda paralela: Eventos científicos e culturais durante a COP
Rota diplomática: Voos internacionais com escala no Amapá (30 min de Belém)
“Queremos ser a porta de entrada da COP30”, disse Clécio, lembrando que o estado está mais próximo da Europa e EUA que outras capitais brasileiras.
A equipe do governador (incluindo secretários de Meio Ambiente e Relações Internacionais) agora trabalha em um dossiê de oportunidades verdes para apresentar aos investidores. O embaixador Corrêa do Lago sugeriu criar um centro de visitantes em Macapá para mostrar ao mundo como o Amapá concilia preservação e desenvolvimento – um contraponto ao estereótipo da Amazônia devastada.