Pesquisa global mostra que boa forma aeróbica reduz risco de morte precoce, mesmo em obesos, desafiando padrões tradicionais de saúde.
O mito de que “magreza é sinônimo de saúde” acaba de ser desafiado por um estudo publicado no British Journal of Sports Medicine. A pesquisa, que analisou 400 mil pessoas, comprovou: indivíduos com sobrepeso ou obesidade, mas com bom condicionamento aeróbico, têm até 50% menos risco de morte precoce do que magros sedentários. Segundo os cientistas, a aptidão cardiorrespiratória supera o Índice de Massa Corporal (IMC) como preditor de longevidade.
“Estar ativo é mais crucial para viver mais do que simplesmente estar magro”, afirma o endocrinologista Renato Zilli, do Hospital Sírio-Libanês, coautor do estudo. A explicação está nos benefícios biológicos: exercícios regulares melhoram a saúde cardiovascular, controlam o açúcar no sangue e reduzem inflamações – independentemente do peso. O risco de mortalidade prematura chega a triplicar entre sedentários, mesmo com IMC normal.
A boa notícia? Não é preciso virar atleta. Subir escadas, caminhar rápido ou nadar 30 minutos por dia já elevam o condicionamento a níveis protetores. “O avanço de um degrau na escala de aptidão reduz drasticamente os riscos”, destaca a pesquisa. O foco, portanto, deve migrar da guerra contra a balança para a construção de hábitos sustentáveis de movimento.
Mas atenção: os resultados não absolvem a obesidade. “O excesso de gordura ainda favorece diabetes, câncer e inflamações crônicas”, alerta a nutricionista Thays Pomini. O estudo reforça que a atividade física atenua, mas não anula, os perigos do peso elevado. A chave, segundo especialistas, é combinar exercícios com acompanhamento multidisciplinar – especialmente para quem tem limitações articulares.
A mensagem é clara: em um mundo obcecado por dietas relâmpago, a ciência prova que investir em mobilidade pode salvar mais vidas do que contar calorias. Que tal trocar a próxima pesagem por uma caminhada ao ar livre? Seu coração – e seu futuro – agradecem.
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