Investimento de R$ 9,6 milhões garante água potável a comunidades com sistemas sustentáveis; energia solar e gestão de resíduos marcam avanço.
No semiárido piauiense, onde a água salobra compromete a saúde de milhares, o Programa Água Doce começa a mudar histórias. Com R$ 9,6 milhões do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), a iniciativa está instalando sistemas de dessalinização em mais de 20 municípios, como Capitão Gervásio Oliveira e Pio IX. A tecnologia remove até 99% dos sais da água subterrânea, garantindo qualidade para consumo humano e uso agrícola. “A água tratada reduz doenças e abre caminho para o desenvolvimento”, explica Adalberto do Nascimento, coordenador do programa.
Além de purificar a água, o programa prioriza práticas sustentáveis. Os sistemas são abastecidos por energia fotovoltaica, reduzindo custos e emissões. A construção de reservatórios e estruturas para descarte seguro do concentrado salino evita impactos ambientais. Em Acauã, onde 20 sistemas já estão em operação, a população tem acesso total a água potável. “Antes, a sede era constante. Agora, temos dignidade”, relata um morador.
Comunidades como a de Pau Ferro (Pio IX), com 100 famílias, e a Salobra (200 famílias), serão beneficiadas em 2024. A dessalinização não apenas melhora a saúde, mas revitaliza economias locais. Agricultores podem irrigar cultivos, e famílias investem em pequenos negócios. “Água potável é sinônimo de cidadania”, destaca Adalberto. Em Acauã, a redução de casos de diarreia e desnutrição já é perceptível, segundo relatos de postos de saúde.
O programa segue em expansão, com novos sistemas previstos para municípios críticos. A meta é universalizar o acesso até 2025, integrando ações de educação ambiental. “Não entregamos apenas água; construímos autonomia”, afirma Adalberto. Com investimentos contínuos e tecnologia de ponta, o Piauí se torna referência em segurança hídrica no Nordeste, provando que desenvolvimento e sustentabilidade caminham juntos.
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