Iniciativa do Governo do Pará capacita lideranças indígenas para atuação estratégica na conferência climática mais aguardada de 2025.
A menos de 300 dias para a COP 30, lideranças indígenas do Pará intensificam a mobilização para garantir espaço e voz ativa na conferência que definirá o futuro ambiental do planeta. A Caravana Climática Rumo à COP 30, liderada pela Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi), percorre territórios estratégicos levando formação e informação para qualificar a participação indígena nos debates globais. Com o apoio do Ministério dos Povos Indígenas e da deputada federal Célia Xakriabá, a iniciativa visa transformar conhecimento ancestral em força política nas mesas de decisão.
Além da mobilização territorial, o projeto busca estruturar a formação de “delegados indígenas”, representantes que já possuem base política e ambiental para protagonizar as discussões na COP 30. O objetivo é garantir que as demandas dos povos originários sejam apresentadas diretamente nos fóruns internacionais, fortalecendo a incidência política e a defesa de direitos territoriais. “Vamos fazer um trabalho de informação e esclarecimento, porque a demarcação de terras e a bioeconomia são essenciais para conter os impactos das mudanças climáticas”, destacou Puyr Tembé, titular da Sepi.
Outro pilar da caravana é a capacitação de jovens e mulheres indígenas na comunicação digital e produção audiovisual, permitindo que eles próprios relatem suas histórias e pautas ambientais. Ao final do processo, um documentário reunirá as narrativas dessa jornada, consolidando a comunicação como ferramenta de resistência e luta. A primeira parada será na Aldeia Pykatoti, em Novo Progresso, entre os dias 13 e 18 de março, seguindo para outras regiões estratégicas do estado nos meses seguintes.
Com a COP 30 sendo realizada no Brasil, o protagonismo indígena se torna ainda mais essencial na formulação de políticas ambientais eficazes. A caravana não apenas amplia a participação indígena nos debates globais, mas também reforça a urgência de ações concretas para a preservação dos territórios e do conhecimento ancestral, garantindo que a voz dos guardiões da floresta ecoe no cenário internacional.
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