Encontro define reformas em escolas e manutenção de energia em comunidades tradicionais, com plano de ação baseado em diálogo cultural.
O Governo do Amapá recebeu lideranças indígenas de Oiapoque, no extremo Norte do estado, para discutir melhorias em infraestrutura. Durante reunião na Secretaria de Infraestrutura (Seinf), em 27 de fevereiro, foram apresentadas demandas como reformas de escolas, manutenção de geradores de energia e reparos em espaços comunitários. O secretário adjunto de Obras, Leonardo Bruno, destacou que as solicitações serão incluídas em um plano de ação com visitas técnicas às aldeias para entender as necessidades locais. “Vamos desenvolver projetos que respeitem a cultura e as tradições de cada povo”, afirmou.
A Seinf já atua na manutenção de geradores em áreas remotas, mas o novo plano pretende ampliar os serviços. A secretária dos Povos Indígenas, Sonia Jeanjacque, ressaltou a importância do diálogo direto com as comunidades. “As políticas públicas precisam ser construídas com os indígenas, não para eles”, disse. Além de garantir energia elétrica estável, as obras em escolas visam oferecer ambientes adequados para educação bilíngue e preservação de saberes tradicionais, alinhadas à realidade das aldeias.
As ações serão executadas sob premissas de respeito às tradições. “Não podemos levar infraestrutura que interfira no modo de vida dos povos originários”, explicou Bruno. Isso inclui adaptações como materiais de construção compatíveis com a arquitetura indígena e sistemas energéticos que não desrespeitem rituais culturais. A participação dos caciques no planejamento garante que as intervenções sejam consensuais e sustentáveis, evitando impactos negativos em práticas ancestrais.
A articulação entre secretarias e lideranças marca um novo capítulo na relação do estado com os povos originários. Jeanjacque destacou que o Amapá está saindo na frente: “Essa integração entre governo e comunidades é um exemplo para o Brasil”. Com o plano de ação em fase de elaboração, a expectativa é que Oiapoque se torne um modelo de desenvolvimento inclusivo, onde infraestrutura e cultura caminham juntas para garantir dignidade às aldeias.
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