Encontro histórico define novas estratégias para enfrentar desafios ambientais, tecnológicos e culturais nas aldeias.
Entre os dias 17 e 20 de fevereiro, lideranças indígenas da região de Oiapoque se reuniram no Centro de Formação Domingos Santa Rosa, localizado na Terra Indígena Uaçá, para dar início ao processo de atualização do Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) e do Plano de Vida, documentos fundamentais para orientar políticas públicas voltadas aos povos Karipuna, Galibi Kali’na, Galibi Marworno e Palikur. A assembleia democrática contou com a participação de órgãos governamentais e instituições como o Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a Embrapa, além de representantes locais. O objetivo foi discutir as demandas atuais das comunidades, que vão desde acesso à internet até questões cruciais de saúde, educação e segurança alimentar.
A secretária dos Povos Indígenas do Amapá, Sônia Jeanjacque, destacou a necessidade urgente de atualização desses planos, criados originalmente em 2009. “Antigamente, as demandas giravam em torno de rádios e telefones públicos. Hoje, a internet é essencial para comunicação e desenvolvimento. Precisamos entender o que já avançamos e o que ainda falta, especialmente em áreas como saúde, educação, cultura e meio ambiente”, explicou. Além disso, os impactos das mudanças climáticas foram amplamente debatidos, com destaque para pragas que devastaram roças de mandioca, causando insegurança alimentar na região. O Governo do Estado tem oferecido suporte contínuo para mitigar esses efeitos, mas as lideranças enfatizaram a importância de proteger seus territórios por meio de planos atualizados.
O encontro reforçou a união entre os povos indígenas e parceiros institucionais para garantir que as políticas públicas estejam alinhadas às necessidades contemporâneas das aldeias. As lideranças indígenas ressaltaram que tanto o PGTA quanto o Plano de Vida são ferramentas indispensáveis para preservar suas culturas, territórios e modos de vida frente aos desafios modernos. Com o apoio de entidades como a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e os Agentes Ambientais Indígenas (Agamin), o diálogo segue aberto para construir um futuro mais sustentável e inclusivo para todos os povos da região.
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